Mulheres são exemplo de vida com reconhecimento e superação se destacando na produção de biojoias

Na busca pela inclusão social e empoderamento de pessoas afetadas pela Hanseníase, o Governo de Rondônia promove desde 1994, o Projeto Inovador: a produção de biojoias. Maria da Silva Lima, amazonense de 72 anos, personifica essa iniciativa como catalisadora de transformação e esperança. Moradora da zona Sul de Porto Velho, há 37 anos, enfrentou os desafios da Hanseníase e o estigma associado à doença.

A descoberta aos 22 anos mudou sua vida, levando-a a mudar-se para Porto Velho, em busca de uma nova história, após o preconceito prejudicar seu comércio e vida social.

O projeto, liderado pela Agência Estadual de Vigilância em saúde de Rondônia (Agevisa) e ONG NHR Brasil, vai além da produção de biojoias. Dona Maria, como é conhecida, destacou o cuidado médico recebido na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), onde participou de cursos de gastronomia e biojoias.

Dona Maria, assim como outros participantes, ressaltou a importância do acompanhamento médico e dos esforços de conscientização. A equipe da Policlínica Oswaldo Cruz oferece suporte contínuo, e a conscientização sobre a Hanseníase é crucial para eliminar o estigma associado à doença.

“Agradeço a Deus e aos profissionais que aceitam trabalhar nesta área, porque muitos fogem do contato”, expressou dona Maria, enfatizando a necessidade de profissionais que fornecem tratamento, compreensão e apoio”, referenciou.

A coordenadora estadual de combate à Hanseníase, Carmelita Ribeiro Filha, destacou o objetivo de alcançar as metas de “Zero Transmissão” e “Zero Exclusão”, frisando a importância do acompanhamento médico e conscientização.

A produção de biojoias não é apenas um trabalho para Dona Maria; é uma terapia transformadora. “Eu gosto muito de artesanato, bordo, faço trabalho com fitas e manuais. Eu gostei muito do curso e continuei a produzir. Viajei para fazer coleta de matéria-prima no município de Monte Negro, e aprendi a beneficiar, com máquinas oferecidas pela ONG.

Participo da coleta à venda. No começo eu achava difícil, mas depois passei a amar o trabalho, é como uma terapia”, contou emocionada.

A vida de dona Maria da Silva mudou em Rondônia. O atendimento, por meio do serviço público abriu o leque de possibilidades e crescimento profissional. Após o curso, ela conheceu o tão sonhado mar, viajou para expor em Pernambuco e vendeu tudo em três dias. “Antes, o preconceito me afastava das pessoas”, ressaltou Dona Maria.

O desfile “Art’s Biohans” tornou-se um evento de moda, um símbolo de celebração da transformação. Este evento é uma oportunidade para valorizar não apenas as habilidades criativas, mas a resiliência e superação das pessoas afetadas pela Hanseníase.

Segundo o diretor da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima, “nas comemorações ao mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, destacamos a dona Maria e todas as mulheres que, como ela, enfrentaram desafios significativos e emergiram como exemplos de força. Suas biojoias são adornos coloridos, e testemunhas tangíveis da capacidade humana de se reinventar e prosperar”, finalizou.

A história de dona Maria evidencia que, a Hanseníase não define a vida de uma pessoa. O potencial criativo, empreendedorismo e resiliência são forças mais poderosas. Recentemente, ela esteve em Brasília (DF), representando um caso de sucesso do projeto governamental.

Com o tema “Compartilhar Desafios: Janeiro Roxo 2024 – Uma jornada para integração e avanços em hanseníase”; a atividade ocorreu no período de 23 a 25 de janeiro, e teve como objetivo, o compartilhamento de experiências, desafios e promoção do debate.

O tema estava alinhado à Estratégia Global de Hanseníase 2021-2030 da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Decreto nº 11.494, de 17 de abril de 2023, que instituiu o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de outras Doenças Determinadas Socialmente – CIEDDS, ambos com a finalidade de promover ações que contribuam à eliminação da Hanseníase e de outras doenças; como problema de saúde pública até 2030.

Via: Floresta Notícias

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