Em busca de uma solução para resolver a falta de recursos para compra de produtos que combatem o nematoide nas lavouras de banana, Sérgio Maia criou um fertilizante orgânico natural. A base de extratos de plantas e algas marinhas, o produto começará ser fabricado em escala comercial nos próximos dias.
A fábrica, instalada em Linhares, norte do Estado, tem capacidade para produzir 40 mil litros de fertilizante por mês e vai começar a operar com a metade da capacidade. A expectativa é chegar aos 40 mil litros em seis meses.
O produto pode ser utilizado em todas as culturas, em especial, café, soja e banana. Cerca de 100 produtores, de várias partes do Espírito Santo e de Goiás, comprando o fertilizante, foi a motivação para instalar a fábrica. Um investimento de cerca de R$ 800 mil reais.
Sérgio explica que em 2013, com a suspensão do uso de vários produtos que combatem o nematoide no Brasil, os que sobraram no mercado eram caros, e ele, pequeno produtor, não conseguia comprar. Foi quando resolveu ir em busca de uma saída.
Os testes do fertilizante em uma plantação de banana com infestação de nematoide, broca e fusariose, apresentou resultado satisfatório no combate ao nematoide e a broca, dois meses após o início da aplicação.
De quatro substâncias naturais, o produto, batizado de Smash passou para oito e ganhou duas algas marinhas. “Em 2019 a fazenda de banana já era outra com relação ao controle da fusariose. Os danos econômicos da fusário, todos os sintomas são zerados com o uso da solução”.
O próximo passo foi o teste do fertilizante orgânico natural na lavoura de café para combater a fusariose. Em três meses a diferença na lavoura já era visível. Dalber Ferreguetti, foi um dos primeiros cafeicultores a usar o produto.
“Cerca de 35 dias após o uso comecei a notar que os pés de café amarelos começaram a sumir, não se via mais pé morrendo. Uma recuperação muito grande em relação ao roletamento do caule, sintoma da fusário, que deixa uma parte do caule muito seca. Essa parte começou a ficar verde novamente, ou seja, a seiva passava e a planta não perdia mais o galho”, explica o produtor.
Dalber disse ainda que o produto orgânico natural “não zera a mortalidade, mas diminui substancialmente e dá uma sobrevida muito boa às plantas. A lavoura onde iniciamos os testes tem hoje oito anos”.
Com o aumento da procura, Sergio começou a produzir o fertilizante e não parou mais. “De 2021 até agora o produto apresenta 100% de êxito nos produtores que já usaram o produto”.
Em 2023 o fertilizante começou a ser testado nas lavouras de soja em Goiás, com nematoide. Os testes, que começaram com 60 hectares do grão, já chegou a 2.500 hectares. “Com tanta demanda resolvi investir na implantação da fábrica”
Fonte: conexaosafra.com
Via: Floresta Notícias