Considerando os possíveis riscos e prejuízos decorrentes da infestação de lagartas nas áreas de pastagens e lavouras em Rondônia, a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) orienta que, além do uso de inseticidas agrícolas, como agrotóxicos ou inseticidas biológicos, os produtores rurais devem primar pela adoção de práticas que promovam um sistema de pastagens sustentável.
Para melhor orientar os produtores, a Agência Idaron publicou no dia 12 de novembro, uma Nota Técnica sobre o tema, com alerta para infestação de lagartas e diversas orientações para o combate e controle da praga.
Uma das medidas indicadas é a conservação de áreas verdes ao redor das pastagens, o que deve ajudar a fornecer habitat para predadores naturais das lagartas, como aves de rapina, cobras e pequenos mamíferos. “Outra boa medida é a rotação de pastagens, permitindo que áreas de descanso se regenerem, criando um ambiente mais diversificado que pode atrair predadores naturais”, destaca o gerente de defesa sanitária vegetal da Idaron, Jessé de Oliveira Júnior.
A redução no uso de fertilizantes químicos, substituindo-os por fertilizantes orgânicos, também ajuda a manter um solo saudável que, por sua vez, suporta uma maior diversidade de vida selvagem.
“Esse é um ponto muito importante, uma vez que, a utilização de agrotóxicos, além das lagartas, podem atingir espécies que naturalmente ajudam no controle desses insetos”, pontuou o gerente de defesa sanitária vegetal da Idaron.
Dentre os apontamentos da Nota Técnica, estão medidas de médio e longo prazo, como o cultivo de espécies de plantas nativas que forneçam alimento e abrigo para predadores naturais, intercalando áreas de mata nativa com as pastagens e medidas emergenciais com a utilização de métodos biológicos, mecânicos e químicos – de maneira integrada para controlar as lagartas – o que deve reduzir a necessidade de uso de pesticidas.
MEDIDAS PREVETIVAS
Há, ainda, dicas relacionadas ao manejo de resíduos agrícolas, como palha e restos de colheita, que podem fornecer abrigo e alimento para predadores naturais. A correção do solo, também é indicada como medida preventiva, uma vez que, manter a fertilidade do solo por meio das técnicas de correção e adubação verde, ajuda a criar um ambiente mais saudável à biodiversidade.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a regra mais eficiente na defesa agropecuária é a prevenção com medidas que contribuam para sustentabilidade e saúde do ecossistema das pastagens, visando resultados a médio e longo prazo.
“O governo tem investido em ações diretas no trabalho para com essas situações que necessitam de respostas à comunidade. A Agência vem desenvolvendo projetos dinâmicos para atuar diretamente com seus técnicos no manejo de soluções na agropecuária”, ressaltou.
Para a Idaron, a atual infestação comprova o desequilíbrio biológico do sistema e precisa ser investigada mais profundamente sob o ponto de vista ambiental, buscando determinar se os incêndios florestais e a seca severa, ocorridos neste ano contribuíram para o problema.
CONTROLE EMERGENCIAL
A nota da Idaron orienta ainda que, para maior eficiência no controle das lagartas é necessário o monitoramento constante da pastagem para verificar a ocorrência dos insetos, para identificação de focos iniciais.
O monitoramento pode ser realizado por meio de armadilhas específicas. Na fase inicial, quando as lagartas são menores, a capacidade de consumo de forragem também é menor, o que favorece a eficiência do controle.
O ataque dos insetos se inicia em reboleiras (formação arbórea de pequena extensão), assim, o controle dos focos iniciais apresenta a vantagem de que o tratamento se dará em áreas relativamente menores.
Ou seja, nos focos iniciais, uma alternativa é concentrar animais (bovinos) nas áreas atacadas, promovendo, assim, o controle mecânico e o consumo da forragem antes que as lagartas se alastrem.
EQUILÍBRIO BIOLÓGICO
Devido à característica perene das pastagens em Rondônia, uma grande diversidade de predadores das lagartas ocorre naturalmente, favorecendo o equilíbrio biológico. Aves como anu-preto, anu-branco, gaviões, andorinhas e pica-paus, além de outros animais como mucuras, quatis, tatus, sapos e rãs, são grandes consumidores de insetos, incluindo os predadores e parasitas.
Fonte
Texto: Toni Francis
Fotos: Arquivo Secom
Secom – Governo de Rondônia
Via: Floresta Notícias